Paralisação

Em crise financeira, funcionários da Santa Casa entram em greve

Hospital possui dívida superior a R$ 87 milhões entre passivo com fornecedores, funcionários e com a Justiça

Salários atrasados, serviços paralisados, falta de medicamentos e insumos, greve de funcionários, atraso com fornecedores. As consequências da crise financeira da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas são variadas e atingem em cheio o sistema de assistência à saúde da cidade e da região. Com uma dívida de mais de R$ 87 milhões, que vão desde honorários médicos a material hospitalar, os funcionários anunciaram greve a partir da noite desta sexta-feira (16).

Promovida pela Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Pelotas, uma audiência pública debateu os problemas financeiros e possíveis desdobramentos para os serviços oferecidos pelo hospital, que possui mais de 300 leitos.

Paralisação
Os funcionários entraram em greve às 19h de sexta-feira. De acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Saúde de Pelotas (Sindisaúde), serão mantidos 30% dos serviços em algumas áreas. Nos setores críticos, serão mantidos 100% dos funcionários. "O motivo e o mais deprimente e humilhante que é a arrecadação de alimentos para os colegas", diz o documento enviado à Câmara.

"São salários atrasados, e vamos ficar em vigília na frente para que os funcionários recebam doação de alimentos. Tem funcionário passando fome, que não está vindo trabalhar porque está sem vale-transporte", manifestou Bianca D'Carla, presidente do sindicato. Os funcionários permanecerão em frente ao hospital todo o final de semana.

Até a noite de sexta-feira, os trabalhadores tinham recebido apenas 24% do salário referente a julho. A greve é por tempo indeterminado. Uma audiência na Justiça do Trabalho está marcada para as 14h da segunda-feira.

A situação financeira
Presente na audiência, o provedor da Santa Casa, João Francisco Neves da Silva, lembrou da fundação da entidade, em 1847, por um movimento que mobilizou toda comunidade pelotense. "É uma realidade de dívidas acumuladas. Não temos alternativa senão o refinanciamento da dívida. Com um recurso a curto prazo, pagamos a folha e temos o fôlego para retomar serviços. A gente precisa da união da comunidade", disse Neves, no final da atividade.

Sem o auxílio financeiro de um banco, alguns setores podem ter redução de atendimentos, o que já vem acontecendo, conforme relatos do Conselho Municipal de Saúde (CMS). Sem recursos e com serviços interrompidos, a Santa Casa não recebe por estes serviços, contratualizados com o município, o que significa perda de arrecadação. Em um demonstrativo financeiro apresentado na audiência na Câmara, é projetado um déficit de R$ 14 milhões para 2019.

Conforme a apresentação, estão pendentes pagamentos com 181 fornecedores e com 207 médicos. Ao todo, a dívida soma R$ 87.872.790,64. Um dos principais problemas apontados pelos presentes na reunião é a desatualização da tabela SUS.

O próximo movimento, anunciou o presidente da comissão, vereador Marcos Ferreira - Marcola (PT), é buscar o apoio do governador Eduardo Leite (PSDB) como um mediador entre o hospital e o Banrisul. "Iremos encaminhar através da Azonasul uma reunião com o governador e lançar um movimento regional para sensibilizar o governo e deputados", anunciou.

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